MusicLetter #02
O ano musical parece estar a melhor à medida que as luzes natalícias adornam as nossas cidades. E é bom que assim seja, pelo menos como medida paliativa contra a habitual overdose de "gingal bells" e "silent nights" da época. Nada contra a música de Natal mais conservadora, aliás o Natal é a época de identificação com o nosso passado por excelência, mas um pouquinho de inovação só para criar uma nova tradição seria grato... não é assim Coro de Santo Amaro de Oeiras?!!!
Hoje proponho três álbuns, e a propósito de X-mas, dois são discos do Norte - não daquele onde trocam os V's pelos B's, neste Norte são mais de trocar os O's por O´s traçados e de usar poucas vogais: são Suecos. O outro é do continente Britânico, menos nortenho portanto.
- HIRD é Christoffer Berg, escandinavo de Gotemburgo e antes de aqui chegar amadureceu a sua musica por várias compilações (Nordic Lounge, Future Sound Of Jazz, etc.) e remisturas. A atmosfera lounge que emerge dos seus temas está em excepcional simbiose com os elementos jazzisticos e house que são matriz dominante da sua música, com um silk touch que envolve e liberta os sentidos e os movimentos. Cada tema tem o seu corpo e a sua personalidade muito própria, com bons arranjos vocais, algo pouco habitual nos lançamentos rotuláveis de "chill out" mais recentes. Há bem-estar portátil neste CD.
- Primeiro um álbum fabuloso "Blue Zero One", depois, e já recentemente, passaram a dar a cara pela imagem da Absolut Vodka, agora Paul Collen, Simon Lovejoy e Joel voltam à edição com "The Accessory". O primeiro álbum dos TAXI é uma obra-prima e dificilmente seria igualável, pelo menos se continuassem a adoptar as mesmas premissas: nujazz, nusoul e ambientes deephouse. E se de facto o trio de Norwich continuou na mesma linha, e com isso não destronaram "Blue Zero One" do seu lugar, a magia volta a estar lá, com a orgânica do jazz e da música negra, com o som da palavra, para nos deliciar.

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